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sábado, 29 de janeiro de 2011
Esse menino ainda mama? Ainda está no peito?
Oi Pessoal, eu vou fazer esse post para informar as vantagens do aleitamento materno. Quando eu escolhi ter bebê, com meu marido me organizei para que o bebê tivesse o maior contato possível e possibilidades de criar vínculo e mudamos nossa vida para isso. Foi uma escolha. É claro que existem várias maneiras de se fazer a mesma coisa e cada um deve escolher o que é melhor para sua família. Nós preferimos que ele tenha contato com pessoas e não com objetos e acreditamos que ficar tão independente, tão cedo, como muitos preferem, usando mamadeiras, chupetas, que na verdade substituem a presença e o contato materno podem ser usados em caso de necessidade. Nesse momento de nossas vidas, estou presente, então acreditamos que isso fará diferença no futuro. Claro que isso requer mais dedicação, mas estou amarradona em fazer isso...
Então, a título de informação, compartilho o texto abaixo, extraido do site www.slingando.com
Eu fiz essa escolha (amamentá-lo e ajudá-lo a ter vínculo imunidade) e Miguel se alimenta de sólidos, já come pedacinhos, come frutas, toma sucos, desde os 6 meses, mas ele ainda mama no peito sim e está ótimo!
Vejam como é interessante o artigo abaixo:
Idade Natural do Desmame
Por Katherine Dettwyler, PhD TRAD. Janaína de O. Ribeiro
Universidade do Texas A e M
Meu estudo se baseou nas diversas variáveis que se relacionam com a “história de vida” (tempo de gestação, peso ao nascer, taxa de crescimento, época em que acontece a maturidade sexual, idade de dentição, tempo de vida, etc.) em primatas não-humanos, e posteriormente observou como essas variáveis se correlacionam com a idade de desmame desses animais.
Trata-se dos nossos parentes mais próximos no reino animal, especialmente os gorilas e os chipanzés, que compartilham 98% dos genes humanos. Elaborei uma lista de previsões para quando os humanos efetuariam o desmame “natural” se não tivessem tantas normas culturais a esse respeito. Meu interesse surgiu a partir der uma leitura inter-cultural sobre a idade de desmame, que demonstra que diferentes culturas sustentam crenças bastante diversas sobre quando uma criança deve ser desmamada, desde muito cedo nos E.U.A. até muito tarde em alguns lugares.
É comum escutar que a idade média de desleitamento em todo mundo seja de 4.2 anos, porém este número não é nem exato, nem significativo. Um levantamento de 64 estudos “tradicionais” realizado antes dos anos 40 demonstrou uma duração média de amamentação de 2 anos e 8 meses, mas, com algumas culturas desmamando muito mais cedo, e outras bem mais tarde. É sem sentido, estatisticamente, falar de uma idade média de desaleitamento mundial, quando muitas crianças nem chegam a ser amamentadas, ou, suas mães desistem nos primeiros dias, ou, nas 6 semanas quando retornam ao trabalho. É verdade que ainda existem muitas sociedades onde as crianças são amamentadas rotineiramente até os quatro ou cinco anos, ou mais, e até mesmo nos Estados Unidos, algumas crianças são amamentadas por esse período, e algumas por períodos mais longos. Nas sociedades em que é permitido às crianças serem amamentadas no peito “até quando quiserem”, elas geralmente desmamam por si próprias, sem discussões ou traumas emocionais, entre os três e os quatro anos de idade. Esse interesse também surgiu da percepção que outros animais possuem uma idade “natural” de desmame, cerca de 8 semanas para os cachorros, de 8 a 12 meses para os cavalos, etc. Presume-se que esses animais não detenham crenças culturais sobre quando o desmame seria apropriado.
Alguns dos resultados são como segue:
1. Em um grupo de 21 espécies de primatas não-humanos (macacos e gorilas) estudados por Holly Smith, ela verificou que a prole era desleitada ao mesmo tempo em que apareciam seus primeiros molares permanentes. Nos humanos, isso aconteceria entre 5.5- 6 anos de idade.
2. É comum os pediatras afirmarem que a duração da gestação é aproximadamente igual à duração da amamentação em muitas espécies, sugerindo uma idade de desmame aos 9 meses para os humanos. No entanto, essa relação acaba por ser afetada pelo tamanho dos animais – quanto maiores os adultos, maior a duração da amamentação em relação à gestação. Para os chipanzés e os gorilas, os dois primatas mais próximos aos humanos em tamanho e na genética, a relação é seis para 1. Querendo dizer que elas amamentam sua prole por 6 vezes a duração da gestação ( de fato 6.1 para os chipanzés e 6.4 para os gorilas; com os humanos ficando na metade do caminho entre esses dois). Nos humanos, a relação seria: 4.5 anos de amamentação (seis vezes os nove meses da gestação).
3. É comum os pediatras afirmarem que a maioria dos mamíferos desmama sua prole quando esta atinge o triplo do seu peso de nascimento, sugerindo uma idade de desmame a 1 ano de idade nos humanos. Porém, novamente, essa conta é afetada pelo peso corporal, com mamíferos maiores amamentando sua prole até que esta tenha quadruplicado o peso com que nasceu. Nos humanos, o quádruplo do peso do nascimento é atingido aos 2.5 e 3.5 anos de idade, geralmente.
4. Um estudo dos primatas revelou que suas crias eram desmamadas quando atingiam cerca de 1/3 do seu peso na idade adulta. Isso acontece para os humanos entre os 5 e os 7 anos de idade.
5. Uma comparação entre a idade de desmame e a maturidade sexual em primatas não-humanos sugere uma idade de desmame entre os 6-7 para os humanos (por volta da metade do caminho para a maturidade reprodutiva).
6. Estudos demonstraram que o sistema imunológico de uma criança não completa sua maturidade até cerca dos 6 anos de idade, e é bem estabelecido que o leite materno ajuda a desenvolver o sistema imunológico e melhorá-lo com anticorpos maternos enquanto o leite materno for produzido (até os dois anos, nenhum estudo foi realizado sobre a composição do leite materno mais de dois anos após o parto).
Assim, a idade mínima esperada para o desmame natural nos humanos é de dois anos e meio, com um máximo de 7 anos.
Em termos dos benefícios da amamentação duradoura, já existe um número de estudos comparando bebês amamentados no peito e bebês amamentados através de mamadeira com relação a diversas enfermidades, e também relacionando os resultados do exame de QI. Em todos os casos, os bebês amamentados no peito apresentaram um risco menor de doenças e resultados de QI superiores aos dos bebês amamentados por mamadeira. Naqueles estudos que classificavam bebês amamentados no peito pela duração da amamentação, os bebês que foram amamentados por mais tempo se sobressaíram tanto em termos de menor incidência de doenças, como apresentaram um resultado de QI superior. Em outras palavras, se as categorias fossem 0-6 meses de amamentação, 6-12 meses, 12-18 meses, 18-24+ meses, os últimos se saíram melhor, e as de 12-18 meses de amamentação foram os próximos melhores, e os bebês amamentados de 0-6 apresentaram os piores resultados entre os bebês amamentados no peito, mas, ainda se saíram muito melhor do que os grupos amamentados por mamadeira. Isto tem se demonstrado através de distúrbios gastrointestinais, afetação do sistema respiratório superior, escleroses múltiplas, diabetes, doenças do coração, e assim por diante. Da mesma forma, os bebês que foram amamentados no peito por mais tempo atingiram os melhores resultados nos exames de QI. Um ponto a se observar é que nenhum desses estudos foi realizado com crianças que tivessem sido amamentadas mais de 2 anos. Qualquer um amamentado entre 18-24 meses ou mais, foi aglomerado na grande categoria. Presume-se que os benefícios continuem a acontecer, já que o seu corpo não *sabe* que o bebê fez aniversário passando a produzir leite menos valioso nutricional e imunologicamente.
No entanto, ainda não foi comprovado nem que os benefícios da amamentação no peito continuam nem que cessam aos 2 anos de idade, por que os estudos apropriadas ainda não foram realizados. A tendência durante os primeiros dois anos é claramente que os benefícios aumentam quanto maior o tempo da amamentação. É evidente os benefícios do fenômeno de rendimento decrescente funcionando aqui - os primeiros seis meses de amamentação são claramente mais importantes em termos da nutrição e desenvolvimento do bebê do que os seis meses dos 3.5 aos 4 anos. Isso não significa que você não deve continuar a suprir leite materno se o seu bebê assim o quer e você também. Seria como dizer : - Bem Mabel, nós não recebemos mais tanto dinheiro daquele poço de petróleo. Antes eram R$ 56 por mês dos royalities , agora com sorte recebemos R$ 25 por ano. Acho que deveríamos dizer a eles para guardarem seu maldito dinheiro. E Mabel responde:- Santa Misericórdia, Clyde, não seja ridículo. Aquele cheque ainda compra R$ 25 de comida. Onde você está com a cabeça?
Sem dúvida, os bebês nascidos nos E.U.A não estão sujeitos a tantas doenças, parasitas, e água contaminada quanto os bebês dos países do Terceiro Mundo. Nós temos mais suplementos alimentares que de modo geral podemos confiar que sejam limpos e seguros. Podemos imunizar nossas crianças, e utilizar antibióticos para infecções, se necessário. O fato de nós *podermos* não significa que a amamentação seja insignificante. Bebês amamentados no peito ainda apresentam melhor saúde do que os amamentados por mamadeira, mesmo em ambientes exemplarmente limpos e com o melhor atendimento médico. Eles adoecem menos, são mais inteligentes, são mais felizes. Outra consideração importante para as crianças mais velhas, é que elas conseguem manter seu vínculo emocional ligado a outra pessoa, em vez de transferir a ligação para um objeto inanimado, como um ursinho ou um cobertor.
Acredito que este fato proporcione o cenário para uma vida orientada para pessoas, em vez do materialismo, e considero esse fator positivo. Também não consigo imaginar passar pelos primeiros anos de vida de uma criança sem aquela conexão amorosa à criança enquanto essa passa por enormes transformações, algumas até frustrantes. Eu poderia prosseguir indefinidamente, mas pararei aqui.
Espero que tenha contribuído com esse estudo. Essas idéias são desenvolvidas de maneira muito mais eloqüente e com maior riqueza de detalhes no meu capítulo “Tempo de Desmamar” no livro Breastfeeding: Biocultural Perspectives, sendo publicado por Aldine de Grutyer.
Preparado no dia 3 de agosto de 1995. Editado no dia 10 de fevereiro de 1997.
Permitida a divulgação e veiculação, desde que citada a fonte: http://www.slingando.com
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